No Brasil, é predominante o uso do açúcar extraído da cana. E não é novidade que a sua versão tradicional refinada é a mais consumida no país. Mas é fato também que a sacarose pode ainda ser extraída de outra planta: a beterraba.
Este açúcar é produzido a partir da variedade branca, mais adocicada e clara do que aquela que conhecemos. Países como Estados Unidos, França, China e Japão são grandes produtores e consumidores deste adoçante. Em toda a Europa é comum essa mesma produção e uso do açúcar de beterraba.
Como o Brasil é um grande produtor de cana, não investimos na fabricação de outro tipo de açúcar. Já nos locais onde impera o derivado da beterraba, a plantação de cana seria inviável, pois esta planta não poderia resistir aos invernos rigorosos, sobretudo no caso da Europa.
Esta é a grande razão para que a beterraba seja a opção mais adequada para estes climas. O resultado desta produção é um açúcar de baixo índice glicêmico e rico em nutrientes.
Como é feito o açúcar de beterraba
Para que seja produzido este açúcar é necessário um processo de extração similar ao utilizado na cana. No total, são 4 etapas para que se chegue ao produto final. Depois de colhida e higienizada a beterraba, o primeiro passo é a moagem. É neste processo que haverá a extração da sacarose.
O caldo resultante será limpo na segunda etapa. Para tanto, substâncias alcalinas são misturadas ao líquido para que as impurezas sejam separadas. Em seguida há um aquecimento da água a uma temperatura de 65 graus. Com a evaporação da água o caldo se transforma em um xarope.
Na última etapa este xarope irá ser acondicionado em vasilhames a vácuo. A temperatura nestes recipientes de 55 a 60 graus Celsius transformará o xarope em cristais. O açúcar resultante é muito similar àquele extraído da cana.
Deste processo ainda sobra o melaço, que pode ser usado como ração para animais. Estes resíduos podem servir ainda de matéria-prima para a produção de álcool fermentado ou levedura. Já a polpa da beterraba pode ser reutilizada como fertilizante.
Diferenças para o açúcar de cana
Depois de refinados, os dois açúcares são idênticos. Mesmo ao nível químico, já que ambos são constituídos por sacarose e mais nada. As refinarias não possuem obrigação de rotular estes produtos nos países estrangeiros onde eles são comercializados.
É costume que nenhuma informação a respeito da origem seja encontrada nas embalagens. É mais frequente que o açúcar de cana seja indicado de alguma forma. Na Europa, um processo comum para isto é a adição de 1% a 3% de melaço a este açúcar. Isto faz com que o produto adquira uma cor acastanhada diferenciada.