A obesidade, segundo a Organização Mundial da Saúde, é um dos problemas de saúde pública no mundo e só vem crescendo a cada dia entre a população brasileira. É fator de risco para uma série de complicações e doenças. Por isso, acompanhe mais sobre a fisiopatologia da obesidade nos itens a seguir.
Tabela de conteúdos
O que é obesidade
A obesidade é definida como uma doença crônica não transmissível que apresenta acúmulo excessivo de gordura no corpo. É uma doença que atinge a população independentemente da faixa etária, mas que pode ser prevenida como veremos mais adiante.
Obesidade infantil
A obesidade infantil no Brasil vem crescendo muito nos últimos anos e está relacionada desde os primeiros meses de vida. Ocorre, inicialmente, quando não há o fornecimento do leite materno de forma exclusiva até o sexto mês de vida. A introdução precoce de alimentos na vida do bebê aliado à ausência do leite materno pode desenvolver obesidade na infância mais tardia.
Além disso, crianças obesas estão relacionadas com os maus hábitos alimentares dos pais que acabam passando esses hábitos para seus filhos. Porém, esses pais nem sempre têm a noção ou a dimensão do mal que estão fazendo aos seus filhos.
Há, ainda, a presença de um estilo de vida sedentário onde há a ausência de brincadeiras de infância entre os amigos que contribuem para movimentar todo o corpo. Além disso, a atividade física, como os esportes, dá lugar às atividades eletrônicas.
A obesidade infantil também pode estar relacionada com fatores genéticos e psicológicos. Quanto aos fatores psicológicos, é muito comum uma criança ter algum tipo de trauma como o bullying, por exemplo, e isso pode ser um dos fatores desencadeantes da obesidade. Nesse caso, não somente um médico, um nutricionista e um educador físicos devem estar envolvidos no tratamento, mas também um profissional psicólogo.
O diagnóstico de obesidade em crianças não é o mesmo para os adultos, portanto, você precisa procurar um médico ou nutricionista para que seu filho tenha um diagnóstico correto.
O tratamento para a criança obesa é feito de acordo com a idade e baseado em mudanças de hábitos alimentares (não é indicada a realização de dietas, pois, nessa fase, a criança ainda está em desenvolvimento). Há também a inclusão da prática de atividade física para auxiliar no tratamento como veremos mais adiante de forma detalhada.
Quando há um acompanhamento adequado na infância para evitar a obesidade ou para acompanhar a criança já obesa, a tendência é que essa criança não passe para a adolescência e a fase adulta na obesidade. Com isso, os riscos de complicações e doenças relacionadas com essa doença diminuem.
Obesidade na adolescência
A obesidade na adolescência geralmente está relacionada desde a infância e pode incluir como principais causas os fatores genéticos, psicológicos, hábitos alimentares inadequados e sedentarismo.
O que mais se constata é que os adolescentes obesos vêm de uma infância obesa e geralmente se tornam adultos também obesos. Isso é preocupante porque o risco de complicações e doenças associadas a uma vida constante na obesidade é bem maior, o que pode comprometer a qualidade de vida e reduzir a expectativa de vida.
Por isso, é necessário acompanhar o adolescente desde cedo para evitar que ele se transforme em um adulto obeso e venha a desenvolver consequências relacionadas com essa doença.
O diagnóstico para a obesidade na adolescência também é diferente para adultos e crianças e deve ser feito por um médico ou nutricionista. O tratamento, assim como para a criança, baseia-se também na mudança de hábitos de vida que incluem alimentação saudável e a prática de atividade física.
Obesidade no Brasil
Infelizmente, a taxa de obesidade no Brasil só vem crescendo nos últimos anos. Calcula-se que no Brasil cerca de metade da população está com excesso de peso, ou seja, dentro do sobrepeso e obesidade. Só obesos são mais de 18 milhões de pessoas.
O índice de obesidade no mundo também é preocupante. No mundo todo o total de pessoas que está acima do peso já ultrapassou a faixa de 1 bilhão e, infelizmente, a expectativa é que daqui a poucos anos só de pessoas obesas sejam mais de 700 milhões.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a obesidade está mais relacionada com o alto consumo de alimentos calóricos e ricos em gorduras de origem animal, além de alimentos industrializados e uma redução do consumo de vegetais como, frutas verduras, legumes e leguminosas.
Na contra mão da obesidade, vemos também quadros de subnutrição onde há o baixo consumo calórico e de alimentos de origem animal, justamente o contrário dos hábitos alimentares de pessoas obesas.
Por isso, as condições de subnutrição e obesidade da população brasileira são antagônicas, mas as políticas de combate a esses dois problemas de saúde andam juntas para garantir um peso adequado e a saúde da população.
Tipos de obesidade
Os tipos ou graus de obesidade podem ser divididos da seguinte forma:
Sobrepeso
O sobrepeso, na verdade, não é classificado como obesidade propriamente dita, mas está na zona de risco para a obesidade, por isso é chamado de pré-obesidade. Pode desenvolver as mesmas consequências da obesidade e é também fator de risco para outras doenças.
É classificado através do índice de massa corporal entre 25 a 29,9 kg/m2.
Obesidade grau 1
A obesidade grau 1 é definida como obesidade moderada. É classifica na faixa do IMC entre 30 a 34,9 kg/m2.
Obesidade grau 2
A obesidade grau 2 é definida como obesidade severa. Está classificada entre 35 a 39,9 kg/m2.
Obesidade grau 3
É conhecida como obesidade mórbida. Está classificada na faixa do IMC igual ou acima de 40 kg/m2. A pessoa que está neste estágio da obesidade é mais conhecida como super obeso.
Causas da obesidade
A obesidade não possui uma causa definida, mas pode estar ligada aos seguintes fatores:
- Genética
- Síndrome metabólica
- Hábitos alimentares inadequados
- Transtornos alimentares como a compulsão
- Sedentarismo
- Tabagismo
- Alcoolismo
- Medicamentos
- Ansiedade
- Depressão
Diagnóstico da obesidade
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o diagnóstico da obesidade é feito através do Índice de Massa Corporal (IMC) quando o IMC está acima 30 como vimos nos graus de obesidade. O valor de referência para a faixa de normalidade do IMC é entre 18,5 e 24,9 kg/m2.
O diagnóstico de obesidade pode ser feito por profissionais como médico, nutricionista e educador físico após uma avaliação física.
Consequências da obesidade
A obesidade pode gerar uma série de desordens, complicações e doenças.
Que problemas a obesidade traz ao organismo?
A obesidade pode causar inúmeros problemas para o corpo e a saúde e podem ser tanto problemas físicos quanto psicológicos, além de ser um fator de risco para várias outras doenças, como já vimos.
Alguns desses problemas causados pela obesidade são:
Cansaço
O cansaço na pessoa obesa é evidente por causa da diminuição da capacidade respiratória gerada pelo peso excessivo exercido pelo corpo.
Impotência e infertilidade
A obesidade pode frequentemente causar impotência sexual no homem e infertilidade nas mulheres. Isso ocorre porque o peso excessivo leva à redução dos níveis do hormônio testosterona causando a redução de libido e ereção nos homens.
Já nas mulheres, ocorre redução dos hormônios femininos e aumento dos hormônios masculinos, o que gerar crescimento maior de pelos, irregularidade menstrual e infertilidade.
Problemas respiratórios
Os problemas respiratórios são seríssimos nas pessoas obesas, principalmente na hora de realizar alguma atividade ou na hora de dormir.
A dificuldade para respirar ocorre por causa da redução do volume dos pulmões restringindo a entrada de ar. Alguns problemas respiratórios que a obesidade pode causar são a apneia do sono, asma, doença pulmonar obstrutiva, embolismo pulmonar e vários outros.
Problemas de locomoção
Os problemas de locomoção também são muito presentes nos obesos, principalmente os obesos mais severos por causa do peso muito excessivo. Muitos obesos também têm dificuldade de acesso a vários locais como escadas e catracas, por exemplo, e, em alguns casos, é necessário até um meio de locomoção especial.
Problemas psicológicos
A obesidade pode gerar também problemas psicológicos como a ansiedade, a baixa autoestima, distorção da autoimagem, tristeza, transtornos alimentares, traumas e até a depressão.
Por isso, a pessoa obesa não pode nunca se isolar. Ao contrário, deve estar em constante convívio social e buscar ajuda para realizar um tratamento o mais rápido possível.
Doenças causadas pela obesidade
As principais doenças causadas pela obesidade e que estão relacionadas com a obesidade são:
Diabetes tipo 2
A obesidade, associados a outros fatores, pode provocar o aumento da insulina no organismo e prejudicar a sua ação diminuindo a sensibilidade à glicose sanguínea. Quando isso se torna permanente, a diabetes tipo 2 é detectada.
Hipertensão
A obesidade pode gerar a hipertensão porque aumenta a resistência à insulina e causa da retenção de sódio pelos rins levando ao aumento do fluxo sanguíneo. Quando há maior passagem de sangue no interior das artérias e redução do espaço interno o que inevitavelmente surge é a hipertensão arterial. A hipertensão, por sua vez, pode desencadear sérios problemas cardiovasculares.
Portanto, vemos que o que ocorre é uma cascata de eventos que gera uma doença atrás da outra e que, em muitos casos, leva ao óbito do paciente ou pode reduzir a qualidade de vida caso não haja um tratamento adequado para a reversão da obesidade.
Dislipidemias
A pessoa obesa pode desenvolver alteração dos níveis de lipídeos do organismo. a obesidade pode provocar o aumento do colesterol LDL (ruim) e os triglicerídeos e diminuir o colesterol HDL (bom).
Quando essas alterações se iniciam desde a infância obesa, na fase adulta pode causar sérias consequências, inclusive a morte súbita.
Aterosclerose
A aterosclerose é uma doença caracterizada pelo acúmulo de gordura no interior das artérias. É Causada pelo consumo excessivo de gorduras saturadas e é muito comum nas pessoas obesas. Por isso, o consumo desse tipo de gordura deve ser bem controlado para evitar que a pessoa obesa desenvolva a aterosclerose.
A aterosclerose pode ser uma consequência da obesidade, mas também a causa de outras doenças como infarto, acidente vascular cerebral (AVC)
Doenças hepáticas
A obesidade pode desenvolver doenças hepáticas, além de doenças biliares como esteatose hepática (gordura no fígado) e cálculos na vesícula biliar.
Insuficiência renal
A obesidade também pode desenvolver a insuficiência renal, doença caracterizada pela a perda da capacidade de funcionamento dos rins. Isso ocorre porque a obesidade pode gerar dois dos principais fatores de risco para a doença renal crônica que é a diabetes e a hipertensão arterial, além de sobrecarga do trabalho dos rins.
Câncer
Quem é obeso apresenta maior risco de desenvolver vários tipos de câncer, seja o obeso homem ou mulher, como câncer de fígado, vesícula, intestino, rins e vários outros.
Doenças articulares
As doenças articulares também são muito comuns nas pessoas obesas por causa do peso e do impacto excessivo que vão destroem a cartilagem das articulações. As principais dessas doenças são a artrite e a artrose.
Como tratar e prevenir a obesidade
Os métodos para a prevenção da obesidade e também para o tratamento são basicamente mudança dos hábitos de vida para hábitos mais saudáveis. São realizados para garantir um peso saudável, melhorar a saúde e, no caso do paciente obeso, dar esperança de aumento da longevidade.
Uma das formas de prevenção da obesidade e de outras enfermidades é a conscientização feita no dia mundial da saúde que é comemorado no dia 7 de abril. Essa data tem como finalidade conscientizar a população mundial sobre a saúde física e mental e qualidade de vida, além de abordar sobre alguns problemas de saúde e os riscos que eles podem causar.
Portanto, alguns métodos para prevenir e também tratar a obesidade são os seguintes:
Mudança dos hábitos alimentares
A mudança dos hábitos alimentares, que é feito através da reeducação alimentar, é o passo inicial para a prevenção da obesidade e também para tratar o homem e a mulher obesa.
Por isso, as principais orientações nutricionais para obesidade são aumentar o consumo de alimentos naturais como frutas, verduras e legumes, de alimentos ricos em fibras e incluir alimentos termogênicos, como já abordamos.
Além disso, devem ser excluídos das refeições os fast foods, frituras, alimentos ricos em açúcares e carboidratos refinados. O consumo de gorduras que fazem mal também deve ser excluído que, neste caso, são as gorduras trans presente, em sua maioria, nos alimentos industrializados, além da gordura saturada presente nos alimentos de origem animal. Estas não são gorduras maléficas em sua natureza, mas o seu consumo excessivo as tornam maléficas.
Prática de atividade física regular
Sabemos que sedentarismo e obesidade andam lado a lado e que a falta de atividade física é um fator primordial para o surgimento dessa patologia.
O tipo de atividade que deve ser feita tanto para a prevenção quanto para o tratamento da obesidade é a atividade aeróbica. Este tipo de exercício estimula o trabalho de todo o corpo proporcionando maior gasto calórico, além de ser completamente benéfico para o sistema cardiovascular que, em boa parte dos obesos, está comprometido.
A prática de atividade de atividade física regular orientada por um profissional especializado, é um dos fatores decisivos para reverter o quadro de obesidade e garantir a saúde e a qualidade de vida.
Abandono do tabagismo e do álcool
O tabagismo e o consumo de álcool estão intimamente relacionados com a obesidade porque ambos, juntamente com a obesidade, são fortes causadores de doenças cardiovasculares, além de contribuem e muito para intoxicar o organismo.
Por isso, à medida que o tratamento da obesidade é definido, o abandono do tabagismo e do alcoolismo também deve ser incluído para normalizar o quadro de saúde geral do obeso em tratamento.
Cirurgia
A cirurgia é uma medida indicada para o tratamento da obesidade quando esta já se encontra em um grau severo. É conhecida como cirurgia bariátrica onde parte do estômago é modificada a fim de alterar a quantidade de alimentos recebida, além alterar o processo de digestão e absorção dos nutrientes.
Como já falamos neste artigo sobre a cirurgia para emagrecer, este procedimento só pode ser indicado por um médico após avaliação. Geralmente é indicada para homens e mulheres obesas que se encontram com o IMC acima de 35 kg/m2 (obesidade grau 2) ou acima de 40 kg/m2 (obesidade grau 3)
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