A origem do cânhamo é incerta. Com os seus registros históricos datando de mais de 500 anos antes de cristo, é uma das plantas mais antigas conhecidas pelo homem. No entanto, os historiadores modernos acreditam que ela já é cultivada desde o período pós-neolítico Ásia.
O seu uso permeia a humanidade devido à alta resistência dessa fibra retirada da planta conhecida como Cannabis Sativa, e foi usada para as mais diversas finalidades durante todo o período em que esteve presente na história.
Uma breve história da origem do cânhamo
Um dos primeiros registros escritos do cânhamo surgiu há mais de dois mil anos, através do poeta ateniense Moschion, que descreve o famoso navio Syracuse, que levava cordas fabricadas através das fibras desta planta, uma vez que ela é extremamente resistente às intempéries, e principalmente à água.
Acredita-se que a planta se desenvolveu inicialmente na Índia, e se espalhou por toda a Ásia. Com o passar do tempo, diferentes povos aprenderam a cultivar e usá-lo como fonte de renda. Após o domínio no continente, ela continuou a migrar em direção a Europa, sendo extremamente conhecido pelos países do Leste.
A Estônia é grande conhecedora da fibra de cânhamo e, devido a sua importância histórica, a cidade de Kanepi elegeu como bandeira do município uma folha da planta, evidenciando o quanto ela influenciou no desenvolvimento da região.
Apesar dessa forte presença nos países asiáticos e do leste europeu, o cânhamo atingiu o seu auge quando a Inglaterra se apropriou e dominou o cultivo, ainda durante a expansão do império romano. A Rainha dos mares foi a grande responsável por incluir essa fibra nas embarcações de maneira definitiva, sendo essa a origem do cânhamo na época anterior à idade média.
A planta esteve presente em uma das viagens marítimas mais importantes da humanidade, o descobrimento da américa. Estima-se que Cristóvão Colombo, ao chegar do outro lado do atlântico, carregava consigo quase 100 toneladas de cânhamo, contando com roupas, velas, cordas e redes de pesca.
O que aconteceu com o cânhamo?
Nem mesmo uma das plantas mais importantes da humanidade sobreviveu às jogadas políticas do Novo Mundo. Para entender que fim teve o cânhamo, é necessário entender mais profundamente a sua relação com a sociedade.
Essa planta é da família Cannabis, a mesma que dá origem a maconha, uma droga ilícita na maior parte do mundo. Por volta dos anos 20, inicia-se nos Estados Unidos a famosa “Guerra às drogas”, que prometia livrar o país dessas substâncias. O cânhamo, devido às suas semelhanças com a maconha, acabou entrando no mesmo barco, e foi proibido devido aos seus supostos efeitos psicoativos.
Conforme os Estados Unidos expandiram o seu domínio pelo mundo, a maior parte dos países passaram a adotar a sua visão de combate às drogas, de maneira que o cânhamo foi, aos poucos, desaparecendo. Hoje em dia são poucos os países que ainda usam essa planta para a fabricação de tecidos e fibras.
A origem do cânhamo daria grandes livros, e a sua história completa levaria anos para ser contada. É uma planta que acompanhou todo o desenvolvimento da humanidade, e fez parte dos momentos mais cruciais para a formação do mundo como ele é. Foi importante para as navegações, indústria têxtil e até a fabricação de papel, mas que hoje, corre o risco de desaparecer.