A dieta para diabéticos é um plano alimentar seguido por esses pacientes para ajudar no controle glicêmico. Deve ser realizada em conjunto com o tratamento medicamentoso. Ainda existem algumas dúvidas a cerca dessa dieta. Por isso, trataremos mais sobre esse assunto neste artigo.
Tabela de conteúdos
O que é diabetes?
A diabetes mellitus é um distúrbio metabólico caracterizado pelo aumento anormal e constante da glicose (açúcar) no sangue. Isso acontece em decorrência da ausência da produção ou da ação do hormônio insulina no organismo.
Atualmente, a diabetes é considerada uma epidemia mundial e o cenário só tende a piorar. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de diabéticos já passava dos 400 milhões em todo o mundo até o ano de 2014. Só no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os diabéticos eram na faixa dos 9 milhões no ano de 2015.
Existem três tipos de diabetes: a tipo 1, a tipo 2 e a diabetes gestacional. A diabetes tipo 1, conhecida também como insulinodependente, é caracterizada pela deficiência ou diminuição da produção da insulina pelo pâncreas. Está mais ligada a fatores genéticos. É mais predominante em pessoas jovens, ou seja, em crianças, adolescentes e adultos.
A diabetes tipo 2, também conhecida como diabetes adquirida, surge em decorrência da má alimentação, sedentarismo, obesidade, fumo e álcool. Por isso, é mais predominante em pessoas mais velhas. Nesse tipo, o pâncreas até produz a insulina, mas no organismo ocorre uma resistência à ação da insulina. Com isso, esse hormônio não faz efeito.
A diabetes gestacional ocorre quando há aumento do nível da glicose somente na fase da gestação. Após esse período, a glicose volta a se normalizar.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito através da verificação da glicose em mais de um dia para ter a certeza da doença. Em uma pessoa que não é diabética, o valor normal da glicose deve ser de até 100mg/dl em jejum. O diagnóstico do diabético é confirmado quando a glicose em jejum de 8h é acima de 126 mg/dl e a pós-prandial (2 horas após as refeições) com a ingestão de 75g de glicose é acima de 200 mg/dl.
Apesar de a diabetes ser uma doença silenciosa, alguns sintomas podem estar associados. Ocorrem por causa da hiperglicemia (aumento de açúcar no sangue) e quando a doença já está num estágio mais avançado. Entre alguns desses sintomas estão:
- Poliúria (aumento do volume de urina)
- Polidipsia (aumento da sede)
- Polifagia (aumento da fome)
- Feridas que demoram cicatrizar
O tratamento da diabetes é basicamente um controle glicêmico a fim de evitar possíveis consequências da doença. O tratamento vai depender do tipo da diabetes.
Na diabetes tipo 1 o tratamento é feito com a aplicação da insulina diariamente para que haja controle da glicose. A quantidade da insulina depende do nível da glicose e da quantidade de carboidratos consumidos. Além disso, deve haver um controle da alimentação e a prática de atividade física.
Na diabetes tipo 2 o tratamento é com medicação via oral e, em alguns casos, é necessário aplicação da insulina. Também deve ser feito um controle da alimentação e a atividade física também deve ser realizada.
Tanto na diabetes tipo 1 quanto na do tipo 2 a verificação diária da glicose deve ser feita. Isso ajuda a prevenir complicações que surgem em decorrência de um descontrole doença.
Algumas complicações que podem surgir quando há um descontrole da diabetes são:
- Insensibilidade e amputação dos membros
- Danos na retina que podem causar cegueira
- Problemas renais
- Problemas cardiovasculares
- Pressão arterial e colesterol elevados
- Coma diabético
Cardápio na dieta para diabéticos
A dieta para diabético pode variar em cada caso. O ideal é seguir um plano alimentar personalizado com alimentos e quantidades adequadas que deve ser realizado por um nutricionista. Este profissional leva em consideração as preferências e aversões alimentares e o nível glicêmico, além do peso e doenças associadas.
Porém, algumas recomendações alimentares devem estar presentes na dieta de todos os diabéticos. Basicamente, deve-se substituir o açúcar, controlar o consumo dos carboidratos e adicionar fibras na alimentação.
Alimentos que devem ser evitados pelos diabéticos
Na alimentação para diabéticos deve-se excluir o açúcar e todas as preparações que o contêm. Entre esses alimentos podemos citar:
- Açúcar: açúcar branco, açúcar mascavo, mel, rapadura, etc.
- Todos os alimentos que contêm açúcar adicionado: doces como pé-de-moleque, paçoca, balas, bombons, etc., compotas, frutas cristalizadas, caldas, geleias, pães e biscoitos doces, mousses, cremes, pudins, chocolate, leite condensado, sorvetes e vários outras preparações.
- Cereais refinados: arroz branco, pães, biscoitos, bolos, massas em geral e todas as preparações feitas com farinha de trigo branca.
- Produtos de padaria, confeitaria e pastelaria.
- Farinha (branca e amarela), tapioca, cuscuz de milho e cuscuz de arroz
- Massas industrializadas para mingau: farinha láctea, neston, cremogema, mucilon e arrozina.
- Cereais matinais.
- Refrigerantes, suco industrializado e sucos artificiais (pó artificial em pacote).
Outros alimentos devem ter o seu consumo evitado por conterem carboidrato (açúcar) naturalmente na sua composição. Entre esses alimentos estão:
- Vegetais cozidos: cenoura, beterraba, abóbora e batata.
- Algumas frutas: melancia, abacaxi, mamão, manga, uva e banana.
Alimentos ricos em sódio, assim como o consumo excessivo de sal, também não devem estar presentes na comida para diabéticos. O sódio em excesso pode aumentar a pressão arterial que contribui para piorar a diabetes.
O consumo de gorduras maléficas também deve ser controlado para manter os níveis de colesterol normais. O colesterol elevado também contribui para piorar a diabetes. Alimentos fontes de gorduras maléficas são as gorduras de origem animal (em excesso) e alguns produtos industrializados. Entre esses produtos estão sorvetes, biscoitos recheados e salgadinhos de pacote.
Alimentos permitidos na dieta para diabéticos
Alguns alimentos ajudam no controle da diabetes. Eles contribuem para manter a taxa de glicose sanguínea mais estabilizada evitando picos de hiperglicemia. Alguns desses alimentos para diabéticos são os ricos em fibras.
As fibras, quando estão presentes no intestino, ajudam no controle da absorção dos açúcares. Junto com a água, as fibras formam um tipo de gel que criam uma barreira. Essa barreira faz com que os açúcares dos alimentos sejam absorvidos de forma mais lenta e constante.
Alguns dos alimentos para controlar a diabetes que contêm fibras são:
- Sementes e farinhas: linhaça, gergelim, chia, girassol, etc.
- Farelos: trigo, aveia, milho, etc.
- Cereais integrais e farinhas: arroz, trigo, aveia, milho, quinoa, amaranto, etc.
- Oleaginosas: castanhas, nozes, amendoim, avelãs, pistache e macadâmia
- Verduras folhosas
Outros alimentos indicados são as gorduras saudáveis como o azeite de oliva e algumas frutas como o abacate. O abacate é uma das melhores frutas para diabéticos, pois está entre as frutas com baixo índice glicêmico. As proteínas como carnes magras e laticínios desnatados também são alimentos indicados para serem incluídos nas receitas para diabéticos.
Algumas pesquisas têm comprovado a ação da farinha da casca do maracujá no controle glicêmico do diabético. A casca do maracujá contém uma fibra conhecida como pectina. É um tipo de fibra solúvel que ajuda a controlar a absorção dos carboidratos no intestino.
Diabético pode comer carboidrato?
A glicose é a principal fonte de energia do organismo. Por isso, até mesmo o diabético precisa ingerir carboidratos. A diferença entre carboidratos consumidos pelo diabético e por pessoas sem diabetes é a quantidade e o tipo de carboidrato.
O recomendado é reduzir a quantidade dos carboidratos e preferir os carboidratos integrais no lugar dos refinados. Os refinados são rapidamente absorvidos pelo intestino. Assim, aumentam bruscamente a glicose sanguínea podendo causar o quadro de hiperglicemia, muito prejudicial para o diabético. Os principais carboidratos refinados estão listados no item de alimentos que devem ser evitados pelos diabéticos.
Já os carboidratos integrais são os ricos em fibras. As fibras, como vimos, ajudam a controlar a absorção dos açúcares no intestino.
Os alimentos integrais são considerados alimentos com baixo índice glicêmico. Ou seja, o açúcar presente nesses alimentos não é absorvido de forma tão rápida. Assim, é possível manter um controle glicêmico em pacientes diabéticos.
Que tipo de adoçante o diabético pode usar?
Como vimos, o açúcar é totalmente proibido na dieta para diabetes porque é rapidamente absorvido no intestino. Outros adoçantes como mel, rapadura e açúcar mascavo, como vimos, também não são recomendados.
Alguns adoçantes artificiais são bastante utilizados pelos portadores de diabetes. Porém, esses adoçantes já não são mais recomendados justamente por serem artificiais. Pesquisas têm descoberto a ligação desses adoçantes com o aparecimento de doenças como o câncer. Os principais adoçantes artificiais são a sacarina, o aspartame, o cliclamato e a sucralose.
Por isso, o recomendado é o uso de adoçantes naturais que não causam impacto na glicose e nem na saúde. Entre esses adoçantes estão a estévia e o xilitol.
Cardápios para diabéticos
Outros tipos de dietas que podem ser de interesse
Vídeo veja como deve ser a dieta para diabetes!
Este artigo sobre dieta para diabéticos foi útil para você? Esperamos que sim. Curta e compartilhe este artigo para que mais pessoas possam adquirir estas informações. Deixe também seu comentário abaixo. Ficaremos felizes em manter contato com você.